Normalmente, as principais preocupações de engenheiros e compradores quando escolhem os materiais para suas obras estão relacionadas com a qualidade final das obras que irão entregar. São profissionais que sabem que, escolher mal um ou mais materiais, pode gerar consequências negativas nos prazos e orçamentos.
Não se trata somente da qualidade técnica do produto, mas da viabilidade e aplicabilidade no contexto técnico e financeiro de cada obra, principalmente em empreendimentos do mercado imobiliário, onde há uma linha estreita a ser seguida entre qualidade x preço nas compras de materiais para se manter a previsibilidade dos custos e prazos.
Durante o processo de escolha, especificação e compra dos pisos e revestimentos cerâmicos, uma preocupação latente para compradores é em relação à possibilidade de descolamentos das cerâmicas. Vamos falar sobre isto.
Resumo do que aprofundaremos neste artigo:
Caso já tenham ocorridos problemas de descolamentos de cerâmicas em obras onde você já esteve envolvido, sabe do que estamos a falar aqui.
Normalmente, quando há problemas de descolamentos em obras entregues pelas construtoras, não são casos de apartamentos ou unidades isoladas. Vai-se criando uma percepção de efeito cascata – acontece com uma unidade, depois outra, depois várias.
Pode ser que aconteça antes da entrega das unidades, após poucas semanas ou até meses depois. Fato é que a construtora, da noite para o dia, começa a ter diversas reclamações dos compradores das unidades, geralmente já morando nos apartamentos, e precisa dar resposta rapidamente ao problema pois, caso não o faça, o prejuízo de imagem e desgaste pode ser ainda maior.
Pode ser que a construtora consiga resolver rapidamente, se forem casos isolados. Ou pode chegar ao extremo de ter processos judiciais e ter que realocar moradores enquanto fazem obras para arrancar as cerâmicas atuais e assentar novas placas. Sim, estamos citando casos que sabemos já terem ocorrido.
Melhor prevenir, certo?
Se você está atualmente com problemas de descolamentos em sua construtora, pode pular para o final e falar diretamente com nossa equipe para te darmos algumas alternativas para a solução com menores prejuízos. Trataremos disso num artigo futuro.
Baseados em mais de 20 anos de experiência comercializando pisos e revestimentos cerâmicos diretamente das fábricas para as construtoras, com apoio da nossa área técnica, elencamos aqui as principais causas do descolamento de cerâmicas (também chamado de “desplacamento de cerâmicas”) nos empreendimentos verticais.
Aqui temos o motivo de 9 entre 10 casos de descolamentos, mesmo que nem sempre seja fácil chegar à conclusão.
Não vamos avançar neste momento sobre como deve ser realizado o assentamento dos pisos e revestimentos cerâmicos. A Norma ABNT NBR 13.753 trata deste assunto e é obrigação das equipes de instalação terem este conhecimento (sabemos que na prática não é bem assim, por isto nossa equipe realiza e incentiva treinamento prévio a cada obra ☹). Traremos este assunto futuramente.
O fato é que é extremamente comum, ao nos depararmos com a situação do descolamento, retirarmos os pisos cerâmicos para análise e encontrarmos exatamente como as fotos abaixo:
As placas quase limpas, com pouca argamassa aderida!
Fica evidente que não houve respeito à correta instalação. Por exemplo:
Basicamente, a argamassa colante é uma receita composta por cimento, areia e aditivos. Estes aditivos determinam muitas características da argamassa, como a ancoragem (“capacidade de colar”), tempo em aberto, maleabilidade, consistência, resistência química, antifungos, absorção de água, entre muitas outras. Quanto mais aditivada, principalmente em relação à capacidade de “colar”, se diz que a argamassa tem maior capacidade de ancoragem e (explicando de forma simplificada) se classificam como AC-1, AC-2, AC-3, ou por indicação de uso, como argamassas para áreas internas, argamassas para áreas externas, argamassas para porcelanatos, argamassas para grandes formatos, argamassas
para piscinas, etc.
Obviamente, da mesma forma que os aditivos melhoram a qualidade e trabalhabilidade das argamassas, também encarecem seus custos. Ou seja, não é errado afirmar que, quanto mais barata a argamassa, muito provavelmente ela tem menos ou nenhum aditivo, oferecendo menor ancoragem, menor resistência à expansão das cerâmicas, à movimentação estrutural, às variações térmicas e intempéries.
Por outro lado, caso seja feita uma escolha inadequada das argamassas, não respeitando sua indicação de uso, há enorme possibilidade de não haver correta ancoragem, causando descolamentos. Por exemplo, já imaginou usar uma argamassa AC-1, a mais barata, basicamente formada por cimento e areia apenas, com baixíssima capacidade de ancoragem química (quando são os aditivos que fazem a “colagem”), para fixar porcelanatos numa parede, ou pastilhas cerâmicas na fachada de um edifício multipavimentos?
As normas ABNT NBR 13.818 e NBR 15.463 determinam, entre outras características das placas cerâmicas, sua E.P.U. – expansão por umidade – que diz o quanto uma placa cerâmica pode, percentualmente, aumentar ou reduzir o seu tamanho, dilatando e contraindo de acordo com variações climáticas, por exemplo.
Hoje em dia, dificilmente um revestimento cerâmico, que atenda as normas técnicas em sua produção, oferecerá uma EPU enorme o suficiente para causar descolamentos. É só pensar: mesmo que a placa se expanda ou se contraia além do previsto, estando adequadamente “colada” no piso ou na parede, ela irá “quebrar”, mantendo a colagem. Se a placa se soltou, sendo visível sua parte de trás sem argamassa, voltamos aos motivos anteriores.
Mas citamos este motivo por ser muito comum construtores procurarem primeiro a causa no que fica mais visível na instalação e no orçamento, que é a própria placa cerâmica.
O mais básico de tudo. Garantir que os instaladores estão respeitando a dupla colagem quando necessária, o uso da desempenadeira dentada correta, a abertura do pano de acordo com o tempo necessário para aplicação e sem interrupções, entre outros fatores, se estão seguindo o assentamento de acordo com as normas técnicas e indicações dos fabricantes dos revestimentos e argamassas.
Investir em treinamento dos azulejistas pode evitar custos enormes com correções de descolamentos no futuro.
Tanto os fabricantes de pisos cerâmicos quanto os fabricantes de argamassas colantes informam para quais situações e revestimentos são indicados seus produtos. Como no item anterior, é importante respeitar.
Não comprar argamassas olhando somente para o preço, sem testar antes, pode evitar grande prejuízos futuros também.
Basicamente todos os fabricantes de revestimentos cerâmicos atualmente, ou ao menos os que desenvolvem produtos para construtoras, indicam em suas embalagens, materiais promocionais e representantes, as indicações de uso de seus produtos. Respeitá-las é regra de ouro.
Principalmente os empreendimentos imobiliários dos segmentos mais econômicos (p.e.x Minha Casa Minha Vida), na prática, são os mais suscetíveis aos descolamentos em série, uma vez que são nestes tipos de empreendimentos que as construtoras têm maior restrição de orçamento e acabam optando por comprar pisos cerâmicos e argamassas que estão na margem da qualidade técnica aceitável, eventualmente abaixo.
Pensando neste perfil de construtor, onde seus compradores e engenheiros precisam comprar pisos e revestimentos cerâmicos, argamassas e mão de obra gastando o mínimo possível, para ajudá-los na prevenção dos descolamentos, na MaisInsumos trabalhamos em parceria com a Tecpar Cerâmicas para oferecer às construtoras o Programa Descolamento Zero, que consiste em:
Gostaria de entender melhor sobre o Programa Descolamento Zero e se faz sentido para as obras da sua construtora?
Entre em contato com nossa equipe de especialistas por aqui.
Podemos te ajudar desde a especificação dos pisos e revestimentos cerâmicos mais adequados ao seu perfil de obras, com foco na qualidade técnica, mantendo tudo dentro dos seus orçamentos e prazos.